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Sexta-feira, 18 de julho de 2025

Mercado imobiliário acelera e deve atrair novos perfis de investidores no segundo semestre

Mercado imobiliário acelera e deve atrair novos perfis de investidores no segundo semestreRedação - Foto: Divulgação

O mercado imobiliário brasileiro mostrou sinais claros de reaquecimento no primeiro semestre de 2025. Para se ter uma ideia, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), o número de unidades vendidas entre fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, apresentou uma alta de 9,2% em relação ao registro acumulado nos 12 meses precedentes.


O resultado é consequência do avanço da digitalização, do aumento da taxa básica de juros e o cenário de instabilidade macroeconômica, que atraíram tanto compradores finais quanto investidores, especialmente em nichos com alto potencial de rentabilidade, como imóveis para renda e leilões judiciais e extrajudiciais.


Para o especialista em leilões, Gustavo Amaral, CEO da Zipin, hub de investimentos imobiliários, o perfil do investidor também vem mudando. "Vemos cada vez mais pessoas físicas, profissionais liberais e pequenos empresários investindo em imóveis como forma de diversificação de patrimônio e geração de renda. Os leilões, por exemplo, deixaram de ser um campo exclusivo de grandes fundos e passaram a ser acessados por quem busca construir negócios reais com retorno de médio e longo prazo", destaca.


Com base no comportamento do mercado e nos dados do primeiro semestre, o executivo aponta cinco grandes tendências para os próximos meses. Confira:

 

Consolidação dos leilões como modelo de negócio estruturado


Mais do que uma alternativa pontual de compra, os leilões imobiliários estão se tornando uma estratégia de negócio. O que antes era visto como um nicho de investidores qualificados e restritos, hoje passa a ser avaliado como estratégia para diversos profissionais que buscam negócios com rentabilidade. 


“O investidor está mais preparado e com acesso a conhecimento e ferramentas que antes não existiam. Isso muda completamente o jogo”, diz Amaral. A amplitude do segmento, somada à valorização dos investimentos, têm transformado os leilões de imóveis em uma oportunidade estratégica no setor.


Imóveis de nicho em alta: foco em rentabilidade, não necessariamente localização específica


É notável também a mudança no perfil de investimento. Nesse contexto, a busca não será apenas por localização em regiões centrais e valorizadas, mas também por escolhas que ofereçam mais rentabilidade e liquidez. É o caso de locais onde a área urbana está sendo avaliada, fazendo com que casas de rua, imóveis ocupados e ativos em regiões emergentes passem a ganhar protagonismo, desde que demonstrem resultados atrativos. Essa mudança reflete um olhar mais refinado e maturidade do investidor, que avalia todo o conjunto e como ele pode se desenvolver em um futuro próximo.


Alavancagem inteligente e uso estratégico do crédito


Com a Selic em 15%, o aumento de imóveis em leilão e a compra com descontos - comum em leilões - e o uso inteligente do crédito passa a ser uma estratégia viável para acelerar resultados. A alavancagem que antes era vista com mais cuidado, hoje tem sido usada de forma mais inteligente por investidores que unem capital próprio e linhas de crédito para expandir o portfólio. "O investidor experiente está combinando capital próprio com crédito barato para acelerar a formação de portfólio", Gustavo.


Expansão do investidor digital no setor


Um dos fatores de crescimento em leilão de imóveis é a possibilidade do investidor digital. A digitalização dos processos de compra desde o acesso dos editais até o fechamento das transações tornam mais acessíveis os processos e amplifica o público investidor. Plataformas com automatização, suporte e serviços de atendimento rápido reduzem a desistência de investimento por falta de tempo ou processos complicados e demorados, trazendo mais confiança e oportunidade para quem está começando, ou até mesmo para quem já tem experiência.


Crescimento da cultura de renda passiva com imóveis


Junto com a busca pelo lucro na revenda (flipping), cresce o interesse por modelos de renda recorrente, como aluguel residencial e locação por temporada e até uso de imóveis adquiridos com foco em fluxo de caixa e segurança patrimonial. Esse movimento reforça uma maturidade e conhecimento do investidor, que possui orientação de fluxo de caixa, proteção patrimonial e rentabilidade do investimento a longo prazo, demonstrando que a busca é além do ganho rápido, mas também por um negócio consolidado e que gere retornos constantes.


Para Gustavo Amaral, o momento exige estratégia, preparo e cautela para investir de forma inteligente sem se preocupar com possíveis problemas futuros. “O investidor que prospera agora não é o que tem mais dinheiro, mas o que sabe avaliar risco, planejar e executar. O mercado não premia mais a pressa, mas sim a inteligência. Os imóveis continuam sendo um dos ativos mais seguros e rentáveis, mas só para quem sabe o que está fazendo”, conclui o especialista.